quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Cinema: Almodóvar e as novas formas de família



Não é de hoje que a ficção está intimamente ligada com a vida real, tornando o mundo em que vivemos uma inspiração para os dramas vividos no cinema. Portanto, "a vida imita a arte", célebre frase do escritor Oscar Wilde, pode se tornar verdadeira também quando considerada em seu inverso: a arte imita a vida. E é deste modo que o cineasta espanhol Pedro Almodóvar grava as suas películas: explicitando relações familiares de forma intensa, mesmo que a verdade doa (e geralmente dói). O diretor não tem medo de ousar e expor as diversas facetas humanas que, na vida real, muitos tentariam esconder. Ele destrincha as relações familiares em seus aspectos mais delicados e insiste em temas - recorrentes em seus filmes - que, infelizmente, ainda podem ser considerados tabus por algumas pessoas: as novas configurações de família.

Em seu mais recente filme, "A pele que habito", Almodóvar toca, dentre outras, na polêmica questão da mudança de sexo, e nos faz refletir sobre a liberdade de escolha. 


"Primeiramente, essa decisão parte do indivíduo. A mudança de sexo é um direito previsto na Constituição Federal do Brasil, ou seja, qualquer pessoa capaz, acima de 21 anos (Resolução CFM 1955/2010) e desconfortável com sua anatomia genital, pode realizar a cirurgia", explica o advogado Ronner Botelho, assessor jurídico do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM). Hoje, no Brasil, é possível realizar a cirurgia de transgenitalização pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de forma gratuita. 

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